Depressão pós-parto: a importância de
um diagnóstico precoce.
Por Claudia A.B.Vila, psicóloga clínica com formação em
Psicologia da Maternidade.
O pós-parto é um período de muita
vulnerabilidade para o casal, principalmente para a mulher. Não só do ponto de
vista biológico cujas alterações hormonais têm influência sobre a alteração do
humor, mas também do ponto de visita psicológico já que a chegada do bebê traz
muitas mudanças tais como a conscientização da nova realidade e as novas
responsabilidades relacionadas a ela. Além disto, há as dúvidas e inseguranças
que a mulher sente com relação às necessidades e bem estar do bebê. É um
momento no qual a mulher precisa de proteção e carinho.
É muito comum nos primeiros dias
que seguem o nascimento do bebê, a mulher sentir tristeza, vontade de chorar, irritabilidade
e ansiedade. São sintomas comuns que fazem parte de um quadro que chamamos de baby
blues ou tristeza materna e tendem a desaparecer espontaneamente no decorrer do
1º. mês de vida. Porém, caso persistam e outros sintomas tais como alteração de
sono ou apetite (falta ou exagero), falta de energia, desatenção, falta de
concentração, preocupação e medo em demasia sejam observados, é importante
ficar atento, pois neste caso, pode se tratar de uma depressão pós-parto.
Uma revisão realizada por Lobato et al. em 2011, verificou
que a depressão pós-parto é um transtorno afetivo que atinge entre 10 e 15%
das mulheres em países desenvolvidos, podendo atingir 40% em países em
desenvolvimento.
Estudos mostram que a depressão pós-parte é decorrente de
uma combinação de fatores biológicos, sociais e psicológicos, tais como falta
de apoio do companheiro e familiares, nascimento prematuro ou morte do
bebê, dificuldades no parto e/ou na
amamentação além de uma vida estressante, problemas de saúde da criança, dificuldades
para o retorno ao trabalho e adversidades socioeconômicas.
É comum as mulher não falarem
sobre seus sentimentos e continuarem cuidando dos seus bebês, já que é
esperado que estejam felizes com a sua chegada e aptas a cuidar deles. Entretanto, a depressão pós-parto é um problema sério que precisa de tratamento adequado
(psicológico/psiquiátrico) para que o
vínculo da mãe com o bebê seja preservado. Portanto quanto mais precocemente
detectada, melhor será para o bem-estar da dupla mãe-bebê.